Pular para o conteúdo principal

O Dia em que Renato Russo Quase Levantou-se das Cinzas


Até quando uma homenagem como a que Walgner Moura, Marcelo Bonfá e Dado Vila Lobos fizeram a Legião Urbana vale a pena? Até o fim desse post, quem sabe agente chegue a uma resposta. 


O próprio nome já diz: "homenagem". Elas sempre são bem vindas, mesmo quando algumas coisas dão errado. A intenção tem quer ser considerada. Acredito que a homenagem que a MTV promoveu na noite do último dia 29, teve ótimas intenções. 

A chance de vermos Dado e Bonfá juntos no mesmo palco tocando os sucessos da Legião já vale a pena. O show teve um repertório baseado em clássicos da banda, além de algumas músicas nunca tocadas ao vivo pela banda. Momentos nostálgicos batiam a todo momento, principalmente em solos de Dado na música "Eu Sei"; além da bela execução de "Teatro dos Vampiros", com Bonfá no vocal. 

Mas a grande polêmica girou em torno de Wagner Moura. Ao saber inicialmente do tributo, curti a ideia, mas temia pela performance de Moura, pois, apesar de ter dado algumas palhinhas em filmes, ele não é um cantor. Mesmo que ainda fosse cantor, a pressão de substituir Renato Russo já era imensa, no caso dele então...

Sua performance vocal foi uma LÁSTIMA, infelizmente. Wagner Moura não errou a letra em momento algum, mas tecnicamente foi um desastre. Ele sempre entrava pelo menos meio tom acima e não conseguia aguentar a leva até o final, voltando ao tom que deveria ter entrado na canção. Esse foi um dos fatores que proporcionaram inúmeras desafinadas. 


Desafinadas. Houve sim. Muitas. O tempo todo. Mesmo não sendo um cantor, Wagner Moura poderia ter se saído melhor. A emoção tomou conta de sua alma e muitas vezes isso foi fator preponderante para seus deslizes. A parte técnica do evento também o atrapalhou, como o próprio assumiu após o espetáculo. Até que depois que ele tirou o ponto eletrônico, obteve melhora, mas isso não é desculpas pois os erros continuaram, em menor frequência, mas continuaram. As cinzas de Renato Russo deveriam estar se contorcendo de raiva, ao ponto delas se juntarem, levando Renato ao palco para dizer:

"Wagner, me dá o microfone. É assim que se faz". #Sonho

Houve momentos bons. Algumas vezes, dava pra gente curtir o show e também curtir a voz de Wagner Moura. Pouquíssimas vezes, mas houve. Mas o ponto positivo do ator metido a cantor foi seu desempenho de palco. Ele é eletrizante. Ele encarnou a alma de um legionário e deixou seu espírito naquele palco. Dançou, pulou, foi pra platéia, aproveitou. Considero-o como um fã da Legião no palco. Uma oportunidade que todos as pessoas que nasceram e viveram como as canções de Renato, gostariam ter, caso... tivesse coragem. Wagner Moura teve. 

Ele está de parabéns. Deu o seu melhor, mesmo que seu melhor não seja suficiente. Ele tem identificação com a banda. Ele teve identificação com o público presente. Simbolizou muito bem um verdadeiro fã da Legião Urbana.

Contudo, esse tributo não acrescentou coisa alguma para a história da Legião. Acho que poderá se tornar uma mancha, caso esse show seja marcado como a última vez que Dado e Bonfá tocaram juntos. A verdade é que não precisava disso. Poderiam ter feito algo parecido, mas com apenas Dado e Bonfá nos vocais, os verdadeiros Legião Urbana. Sei que a essa altura deva ser impossível, mas talvez poderiam chamar Renato Rocha - baixista da primeira formação, cujo nem sei se está vivo - para um suposto novo tributo, mas eu acho mesmo é que chegou a hora de parar.


Hoje a noite, dia 30 de Maio, haverá a segunda noite do tributo. Os organizadores tem a intenção de lançar o tributo em DVD e/ou BD. Espero que consigam em duas noites, filtrar o que teve de melhor (menos pior) para valer a pena da compra do material. Torço para que a segunda noite seja bela. 

Quanto à pergunta inicial, acho que valeu a pena por vermos novamente Dado e Bonfá destroçando os instrumentos, revivendo os grandes sucessos da Legião, contudo, poderíamos ter ficado sem isso. 

Salve Legião.

Reações em tempo real:



















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Uma análise justa do show do Guns N' Roses no Rock in Rio 2017

A verdade tem que ser dita. Guns N' Roses, a banda de uma geração. Explodia em meados da década de 80, a banda colecionou hits fantásticos e inesquecíveis, além de brigas e muitas polêmicas, fato que acabou separando os integrantes da banda. Então eles voltaram, mais de duas décadas depois. Nesse meio tempo, Axl Rose seguia com o nome da banda participando de específicos shows e alguns eventos, entre eles, o Rock in Rio, mas praticamente com uma banda diferente a cada ano.  O grande ponto positivo da banda em seu auge era que todos os integrantes eram importantes, eram um show à parte. Com a separação, só restava Axl Rose. Um retorno, principalmente o retorno de Slash, era desejado ano a ano, notícia a notícia, e, finalmente isso aconteceu no ano passado, 2016. Mas após a confirmação de sua participação no Rock in Rio 2017, expectativas foram criadas, sonhos estavam para serem realizados, mas não foi da forma como muitos esperavam. Sim, teve pont...

Cruzeiro Títulos

RELAÇÃO DOS TÍTULOS OFICIAIS DO CRUZEIRO TÍTULOS INTERNACIONAIS CAMPEÃO Copa Libertadores da América 1976, 1997 Supercopa dos Campeões da Libertadores da América 1991, 1992 Recopa Sul-Americana 1998 Copa Ouro 1995 Copa Master da Supercopa 1995

The Best of Coldplay | 24 Músicas

Coldplay é uma banda de rock alternativo formada em 1998 em Londres, Inglaterra. O grupo é composto pelo vocalista/pianista/guitarista Chris Martin, pelo solo guitarrista Jon Buckland, pelo baixista Guy Berryman e pelo baterista/multi-instrumentista Will Champion. Coldplay tem 32,5 milhões de álbuns vendidos[1], e são também conhecidos por seus hits singles, tais como "Yellow", "In My Place", "Speed of Sound", "Viva la Vida", e o vencedor do Grammy Award "Clocks". O Coldplay possui uma sonoridade próxima a de outros artistas como Radiohead, Oasis, Jeff Buckley e Travis. Outras influências são U2, R.E.M, Pink Floyd, John Lennon, A-ha, The Smiths, The Stone Roses, Tom Waits, The Flaming Lips, Neil Young, Echo and the Bunnymen e, mais recentemente, Johnny Cash e Kraftwerk. Cash foi inclusive convidado pela banda a gravar uma música pendente, mas morreu antes de fazê-lo. Desde o lançamento de A Rush of Blood to the Head, seu segundo disco, ...