Belo Horizonte viveu momentos tensos nesse dia 17 de Julho de 2013. Última vez que um movimento transformou a cidade numa praça de guerra foi em 2001, quando a polícia confrontou os perueros, que acabaram levando a pior. É o que acontece e o que sempre vai acontecer quando um movimento conflitar com vandalismo a polícia militar. Independente de quem iniciar a "guerra", quem tá certo ou errado, os manifestantes sempre levarão a pior, caso hajam troca de agressões.
Mas o conflito de hoje em BH esteve longe da guerra citada acima. Foi um movimento pacífico, exemplar, lindo de se ver, que uniu movimentos em um só objetivo: protestar contra o governo que vem pisando na sociedade, e até o presente momento, aceitávamos sem resistência alguma. Estudantes exigindo passe livre; Policiais Civis exigindo melhores salários; professores estaduais exigindo respeito e melhores condições de trabalho e salário; enfim. O que importou foi que todos se uniram e fizeram a cidade tremer, alertando o governo da insatisfação que nos assola.
Os protestos foram motivados pelos que estão acontecendo em São Paulo, pelo aumento da passagem de ônibus, mas BH vive momentos protestantes cotidianamente, mas não dessa magnitude. Praticamente toda semana temos greve, manifestações por algum motivo. Muitos são pequenos e poucos notados e outros chamam a atenção por pouco tempo.
A Policia Civil, ainda em greve, fez um protesto a poucos dias que prejudicou a população de passar pelo centro da cidade, quando fechou a praça 7 e ateou fogo em objetos criando uma grande fogueira. Protestos assim eu repudio, pois a Polícia não tinha um contingente considerável para fechar a avenida principal da cidade e fez por baderna, por arbitrariedade. Deplorável. Poderiam sim protestar, sem fechar a avenida e prejudicando menos a população, como vários protestos que acompanhamos diariamente fazem, e sempre conseguem acordo com o governo.
O protesto de hoje foi diferente dos demais que acompanhamos na cidade. Não tinha mesmo como não pararem o trânsito, fecharem a avenida, pois a quantidade de manifestantes era muito grande, de 20 a 30 mil pessoas. Os movimentos se uniram pacificamente, ordeiramente, protestaram em pró o que cada um exigia, mas todos com intuitos dignos. A cidade parou, a Afonso Pena parou, a Antônio Carlos parou para que os manifestantes fizessem o protesto, dentro dos limites que a polícia permitiu.
O objetivo era chegar ao Mineirão. Saíram do centro da cidade, andaram cerca de 10km, mas não conseguiram seguir ao estádio, pois o redor do Mineirão está "privatizado" pela FIFA e os policiais tinham ordens para impedir a caminhada, fato que causou um conflito entre polícia e manifestantes, mas que não culminou em guerrilha. Houve lançamento de bombas de gás, algumas balas de borrachas, mas não podemos dizer que houve uma guerra. Foram poucos minutos tensos que não devem ilustrar o manifesto como violento.
Finalmente o Brasil acordou. BH acordou. A arma que temos é o protesto e o país fazia sem grandes proporções, com poucas pessoas. Dessa vez a população saiu às ruas, motivados pelo início da Copa das Confederações. O governo tenta maquiar o país pra estrangeiro ver, mas a população não aceitou isso. Gastaram bilhões para sediar a Copa do Mundo mas não investem em serviços básicos como saúde, educação, segurança. O país foi a favor da Copa, dadas pesquisas da opinião pública na época, mas não podem deixar de investir em diretos básicos para "fazer bonito pra gringo".
Construíram estádios com dinheiro público, quando disseram que não usariam. Estádios como o de Brasília, cidade que não há futebol e será "abandonado" após a Copa. Temos que expor nossa indignação e estamos fazendo bem, sem violência, com ordem, esperando obter progresso.
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