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"Renato Russo Sinfônico": Mais um Insulto à Obra de Renato Russo "Exibido" pelo Multishow


Não teria oportunidade melhor para as letras de Renato Russo serem exaltadas. O país passa por grande onda de manifestações e as letras de Renato sempre são usadas para abrir os olhos de uma nação cansada de ser passada para trás. Coincidentemente, o tributo à Renato Russo caiu bem no meio de uma das maiores crises brasileiras nos últimos anos, servindo de estímulo aos artistas que participaram do evento, pena que muitos decepcionaram.

Fabrício Boliveira, ator do filme "Faroeste Caboclo" - aquele filme que insultou a obra de Renato, foi o mestre de cerimônia do tributo intitulado "Renato Russo Sinfônico". Deu início ao espetáculo e anunciou a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional e a banda formada Fred Nascimento, (guitarra, violão e backing vocals), Fred Castro (bateria), Flavia Couri (baixo) , Marcela Vale (guitarra) e Luciano Lopes (teclados) abrem com "Fábrica". Uma abertura muito boa, levantando o público presente.

Daí vem Sandra de Sá, uma carioca que nunca teve nada a ver com o cenário de Brasília, nada a ver com nada. Pior do que sua presença, foi sua apresentação. Péssima! Cantando Mais do Mesmo, desafinou em vários momentos, errou a letra e saiu como nunca queria estar alí. Não deveria mesmo estar ali.

Para não ficar repetitivo, digo que praticamente todos os artistas convidados não têm nada a ver com o cenário de Brasília, nada a ver com a Legião, nada a ver com Renato Russo. Seus cachês deveriam estar em "liquidação", motivando suas presenças. 


André Gonzalez, vocalista da desconhecida banda "Móveis Coloniais de Acaju", entra depois, canta "Ainda É Cedo" sem nenhuma emoção. Um cover mal produzido.

O tributo acabou perdendo muito em qualidade, então vem Zélia Duncan para tentar melhorar as coisas. Ela até consegue, mas o canal Multishow entra também para a incompetência e começa a apresentar problemas de transmissão, no meio da apresentação de Duncan, onde levava bem a música "Eu Sei". A emissora vai para o comercial e volta exibindo clipes da Legião Urbana.

"Alô, Brasília, essa revolução nasceu aqui! Essa festa só podia ser aqui!", tinha dito Duncan. Pena que a sucessiva incompetência de várias pessoas arruinaram o início do tributo.

Depois de uns quatro ou cinco clipes, o festival é retomado, com Zizi Possi ao lado de sua filha Luiza Possi cantando Pais e Filhos. Duas ótimas cantoras, sem dúvidas. Cantaram bem uma das principais canções de Renato e fizeram um belo... cover. Os problemas técnicos continuavam, mas a emissora seguia levando como dava. 

Basta de ficar comentando apresentação por apresentação. Reitero que os artistas convidados, em sua esmagadora maioria, não são dignos de cantar as canções de Renato Russo e fizeram apenas um cover, quando não erravam a letra. (Praticamente TODOS erraram). Eles vieram apenas para "encher" o show que tinha o intuito de exibir pela primeira vez no Brasil um espetáculo holográfico, com iluminação que apresentaram imagens em três dimensões. Esse é o ponto principal do evento e era o que todos esperavam. O que veio antes foi apenas para aquecer.


Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, foi um dos idealizadores do projeto e não deveria ter deixado alguns artistas que se apresentaram subir ao palco.

Salvo as apresentações instrumentais. Belíssimas, serviram para o público cantar as músicas de Renato sem ninguém no vocal principal atrapalhando. 

Os problemas técnicos fizeram a gente perder a metade da apresentação de Zélia Duncan e a apresentação de Jorge Du Peixe, onde executou a música Soldados, uma das mais revolucionárias da banda. Uma pena. Mais para frente a emissora voltou a ter problemas, no meio de uma das canções mais aguardadas da noite. Alexandre Carlo cantava, com erros na letra, a canção Faroeste Caboclo e nem chegamos a ver como acabou.

Para piorar ainda mais a situação, perdemos o grande momento do show, que seria a exibição da música "Há Tempos" cantada holograficamente por Renato Russo. Quando a emissora voltou, acompanhamos o finalzinho do show, quando os convidados executaram em conjunto o hino Será, com a presença marcante de Renato Rocha, ex-baixista da Legião. Marcante pela sua presença mas péssimo pela sua iniciativa de tentar cantar Que País é Este. Errou a letra toda. Um vexame, literalmente.

Assim termina o tributo que fez Renato Russo remexer em seu caixão e enojou os fãs da Legião. Os problemas não ficaram só por conta do Multishow, que exibiu após o show ao vivo, um VT da apresentação. Mas o maior problema referiu-se ao espetáculo em si. Convidados pífios que erram a letra da Legião, um absurdo. Praticamente todos erraram, reitero. Tanto é que no fim do espetáculo o público pediu Que País é Este, obrigatória pelo momento que vivemos, e ninguém se habilitou a cantar por não saber a letra. Um absurdo, um absurdo, um absurdo. Daí Renato Rocha assumiu os vocais para completar o vexame, como disse. Se colocasse um fã no palco teria feito muito melhor.


Um tributo dispensável, movido pela ótima ideia de holografia, mas que não chegamos a ver. Os fãs da Legião não precisavam de mais esse insulto.

PS: O Multishow reprisou o show ontem após a apresentação ao vivo, dando oportunidade (mesmo sendo em Vídeo Tape) de acompanharmos como foi o tão esperado holograma de Renato Russo. Assista e tire as suas próprias conclusões.

Comentários

Anônimo disse…
Parabéns pelos comentários. Estive no show e foi o que você falou. Quanto ao holograma, pareceu um telão no fundo do palco. Muito sem graça. Valeu a pena pela obra e poucos músicos.
The open door disse…
CONCORDO, DEPOIS FALARAM DO WAGNER MOURA, QUE SINCERAMENTE,SE SAIU MELHOR, POIS É FÃ COMO NÓS. O QUE ELE PASSOU FOI A VONTADE DE CANTAR MESMO DESAFINANDO, MAS PASSANDO AQUELA EMOÇÃO, SUANDO, DANDO TUDO DE SI. ATÉ A ATRIZ LETÍCIA SABATELLA CANTANDO SERÁ FOI MELHOR DO QUE ALGUNS CANTORES NESSE TRIBUTO RENATO RUSSO SINFÔNICO. COMO DIRIA NOSSO ETERNO POETA, RENATO RUSSO, NÃO SEI O QUE PENSAR E NEM O QUE DIZER.
Anônimo disse…
Para não falar que houve dinheiro público para financiar todo esse amadorismo. O Brasil continua sendo o que é.

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