Independente do título da matéria, deixo claro que a conquista conseguida pelo Atlético Mineiro, campeão da Libertadores 2013, foi obtida com lisura, sem ressalvas, mas que algo "sobrenatural" ocorreu para que o fato se consumasse. Só o "sobrenatural" explicaria tanta sorte.
Bom, o nível de ruindade mencionado, refere-se ao esquema tático montado por Cuca, que acabou dando certo mas que não esconde os erros. No futebol, muitos comentaristas baseiam seus comentários em resultados. Ganhou? Tudo maravilha. Perdeu? Ninguém vale nada. O Atlético joga sempre com lançamentos longos em direção ao Jô, que ganha todas pelo alto, e joga o tempo todo com bolas aéreas, aproveitando os excelente cabeceadores que tem. Pronto. Esse é o Atlético.
Gostaria de estar aqui exaltando o time campeão, comparando-o com uma máquina de fazer gols, super-time, enfim. Acontece que não. Esse time é superestimado.
O elenco do Atlético é recheado de craques, indiscutível, e eles foram responsáveis por esse título, juntamente com a sua torcida. Torcida não entra em campo, mas nessa Libertadores ela entrou. Porém o jogo do campeão é o mais manjado do mundo, mas deu certo nessa Libertadores devido a qualidade de alguns jogadores, mas, principalmente, da mediocridade dos adversários.
Vitor, Marcos Rocha, Réver, Leonado Silva, Pierre, Josué, Tardelli, Ronaldinho, Bernard e Jô. É um time de craques. Nem o Richarlyson conseguiu atrapalhá-los. Porém, mesmo com grandes jogadores, o time do Atlético suou muito para bater times inexpressivos da América do Sul.
Tá, o Olímpia é tri-campeão da América, mas nos tempos que amarravam cachorro com linguiça.
A sorte andou lado a lado o tempo todo, incrivelmente, em todos os aspectos. Pegou times medíocres na primeira fase: Arsenal, Strongest e São Paulo. O time paulista tendia ser a pedra no sapato, mas mostrou-se incompetente como nunca. É o pior time do São Paulo das últimas décadas, sem dúvidas. O Atlético teve sorte por pegar esse grupo e passou com facilidade, mas a partir daí a sorte começou a grudar e não saiu mais. Pegou o time do São Paulo nas oitavas de finais, esse São Paulo, esse medíocre São Paulo.
O pior que o Atlético teve mais sorte ainda, pois no primeiro jogo das oitavas, o time paulista deu-lhe um grande sufoco no primeiro tempo, com vários gols perdidos cara a cara com Vitor, porém, um tal de Lúcio resolveu ajudar ainda mais, sendo expulso bisonhamente. Daí em diante, só deu Atlético.
Então vem o Tijuana do México, que eliminou o Palmeiras que supostamente daria mais trabalho nas quartas. No jogo de ida, o Tijuana só não enfiou uma goleada história por milagre, e ainda acabou cedendo o empate com duas falhas grotescas de sua zaga. Um ótimo resultado para o Atlético e que praticamente garantia a classificação. Só que num jogo de volta, onde um Tijuana foi imensamente superior, o Atlético suou sangue para se classificar, promovendo nos pés do goleiro Vitor um v-e-r-d-a-d-e-i-r-o milagre. Mais uma vez o Atlético fazia hora extra na competição. Classificação injusta.
E a sorte não o abandonava. Em uma chave onde tinha Boca Juniors e Vélez Sársfield, foi o Newell's Old Boys que acabou se classificando. Tudo bem, eles ganharam na bola, e nos pênaltis, mas não tem a experiência necessária para segurar um resultado na casa do adversário como seus "co-irmãos" têm. Venceram e bem o primeiro jogo por 2 a 0, tentou se defender nos 90 minutos do jogo de volta (sem praticamente atacar), borrando nas calças e não conseguiram. Tomaram 2 gols e perderam bisonhamente nos pênaltis. Então o Atlético passa para a final, merecidamente, porém, contando mais uma vez com a sorte, muita sorte. Fez o segundo gol no "apagar das luzes" com Guilherme e mesmo assim após uma falha grotesca da zaga, mais uma vez. E ainda venceu nos pênaltis mesmo perdendo duas cobranças.
E aí vem a final. Tudo poderia acontecer e aconteceu. O Atlético tem um elenco mais qualificado, mas o Olímpia tem um esquema tático melhor. No jogo de ida, o time paraguaio fez 2 a 0 em um jogo duro e achou que já tinha ganho o título. Veio para BH e até conseguiu boas jogadas no primeiro tempo, saíndo na cara do goleiro Vitor por diversas vezes. Chances de gols incríveis perdidas e que fizeram muita falta. O Olímpia acabou "desistindo" da partida quando abdicou do ataque. Ficou apenas na defesa, tirou vários armadores e colocou defensores. Foi quando mais uma vez a defesa adversária dá um gol de bandeja para o Atlético, no início do segundo tempo, mudando o panorama da partida.
O Atlético é um time com ótimos jogadores individuais, reitero, mas um esquema tático porco. Sorry Cuca. Eles ficaram 2 horas exatas jogando bolas na área do Olímpia, incessantemente. Só bola aérea, só bola aérea. Se tivesse perdido o jogo, cairiam matando no Cuca por insistir em apenas nas jogadas aéreas, mas como ganhou...
Detalhe que mesmo jogando borrando nas calças, o time medíocre do Olímpia teve uma chance incrível de fazer o gol, sem goleiro, e o atacante escorregou na hora de finalizar. É sorte de mais pra um time só. É muita sorte de mais pra um time só.
Os dois gols saíram no segundo tempo da final, levando o jogo para a prorrogação, consequentemente os pênaltis. Ali, o título estava ganho. O time do Olímpia borrava nas calças o tempo todo e nas penalidades não seria diferente. Ainda mais que o goleiro Vitor estava catando até pensamento. Além de ser um ótimo pegador, se adiantou uns dois metros na primeira cobrança e por sorte, o árbitro também borrou nas calças e não mandou voltar.
A partir dali, acabou. O Atlético venceu a partida, está de parabéns. Sem ressalvas. Teve muita, mas muita sorte em todos os aspectos possíveis e imagináveis, mas a sorte faz parte do jogo. Dessa forma é raro, mas faz parte. Venceu a Libertadores batendo times que provavelmente seriam rebaixados no campeonato brasileiro, mas isso não importa, venceu. A torcida ajudou muito e empurrou o time pra cima de todos os adversários, fazendo eles tremerem, literalmente. Ajuda que fez grande diferença, pois reitero:
Nunca vi um time tão ruim ganhar a Libertadores.
PS: Citei "sorte" 13 vezes nesse texto. Depois quando falo do "sobrenatural"...
PS: Citei "sorte" 13 vezes nesse texto. Depois quando falo do "sobrenatural"...
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