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Copa do Mundo 2014: Brasil 1 x 1 Chile. "Teste pra cardíaco"


"Tá em crise, chame o Chile!", dizia o narrador desdenhador que torceu para que o jogo acabasse rápido, empatado, temendo pela desclassificação brasileira. Esse narrador, mesmo, que a todo momento parecia culpar a torcida pela péssima partida da seleção, que era a menos culpada da situação. Mas a frase inicial demonstra que, já a algum tempo, a seleção chilena não é mais essa "mosca morta", e não se classificou por acaso do destino.

A seleção brasileira não esteve bem, fato, mas o Chile esteve bem? Esteve, mas moderadamente. A seleção chilena não sofre da pressão que a seleção brasileira sofre. Para os brasileiros é ganhar ou ganhar, ainda mais em casa, ao contrário do Chile, que vem sempre como franco atirador, e o que vier sempre é lucro. É uma seleção que melhorou muito, muito bem treinada pelo argentino Jorge Sampaoli, que parecia que estava comandando argentinos e não chilenos. 

Porém a Copa do Mundo traz emoções elevadas. Quando tá bom, tá excelente. quando tá ruim, tá péssimo. Analisando friamente, o Brasil foi muito melhor do que o Chile, mas o espanto é que o Brasil não foi o que esperávamos, não foi aquela seleção que venceu a Espanha no ano passado. O Chile teve e muito posse de bola, chegavam com perigo, mas podemos contar nos dedos as suas chances de gol. Três no total, com defesa importante de Júlio César; um travessão salvador; e um gol que mudou o panorama da partida.

Um gol chileno que foi "dado" pelo Brasil. O jogo estava controlado, com o placar a favor, mas parece que sem sofrimento não vale, e Hulk, Marcelo e companhia resolveram dar emoção à partida quando bisonhamente entregaram um gol para o adversário. O jogo estava tranquilo, reitero, mas o empate desmoronou a seleção, que praticamente inexistiu a parti dali. O Chile continuava com posse de bola, boa marcação, causava dor de cabeça para todos, mas como na fórmula um: "Chegar é uma coisa, passar é outra", dizia sabiamente o narrador mencionado nessa postagem.

E mesmo com esse domínio superficial chileno, a seleção brasileira foi autora das melhores chances, principalmente com Hulk, que teve um gol legítimo anulado, pelo péssimo dos péssimos árbitro da partida. Com errou, o senhor Howard Webb, que além de anular um gol legítimo, não deu um penalti claro para a seleção, inventou e inverteu várias faltas e deixou o jogo rolar, sem punir o anti-jogo chileno.

Um primeiro tempo que o Brasil sobrou até sofrer o gol de empate, e um segundo tempo que inexistiu. Covardemente, a seleção jogou nos contra-ataques, quando deveria tomar posse da situação, ditar o ritmo do jogo, ser o Brasil que conhecemos e não esse amontado que virou. O Chile que parecia estar jogando em casa, mas não tinha a sagacidade para definir uma partida. A camisa pesou, e a sorte também, não esteve ao seu lado.

Prorrogação que despertou a seleção, que voltou a dominar a partida, mas também, superficialmente. Uma prorrogação que não teve grandes lances, e a disputa de penaltis foi-se necessária. Vencida pelo Brasil, mas da mesma forma que ocorrera no jogo, foi obtida com dor, sufoco, tensão. Três gols brasileiros, duas defesas de Júlio César e uma cobrança na trave que selou a partida, fazendo com que Júlio César fosse, merecidamente, coroado.

O Brasil venceu, mas essa foi de longe a pior partida da seleção pelo comando de Felipão. Às vezes avaliamos individualmente, mas o maior problema, na maioria das vezes, é o esquema tático, que limita as ações dos jogadores. Claramente o Brasil perdia o meio de campo, de novo, pois sem explicação Oscar ficava fixo nas extremidades, quando deveria estar articulando as jogadas do meio de campo. Neymar teve que voltar muito, carregava muito a bola, deixava Fred sozinho, principalmente porque Fernandinho e Luiz Gustavo não tem essa função de armar.

Felipão deve ser cobrado, deve tomar atitudes para que a seleção não fique na próxima fase. Além de trocar, definitivamente, quem está mal, como Daniel Alves e Fred, deve armar um esquema tático para que o meio de campo seja fortalecido, pois não dá pra ficar dependendo do Neymar a todo momento. Um dia irão pará-lo, e nesse dia o elenco tem que prevalecer, de forma significante para a prosperidade da seleção.

Vitória dolorosa, marcante, aterrorizante, Que não seja sempre assim, mas se for, que seja. 

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